25 menções honrosas:
75) Bronx – Olivier Marchal, 74) The Swordsman – Choi
Jae-Hoon, 73) Let Him Go – Thomas Bezucha, 72) Sombra – João Pedro Faro, 71) L’Empoté
– Carlos Abascal Peiró, 70) Un Monde Flottant - Jean-Claude Rousseau, 69) The
Power of Dog – Jane Campion, 68) Febre 40º - Natália Reis, 67) La Pièce
Raportée – Antonin Peretjatko, 66) Pleasure – Ninja Thyberg, 65) As Grandes
Distâncias – Matheus Zenom, 64) Bai Gosti/Eros Afogado em Lágrimas – Vinícius
Romero, 63) The French Dispatch – Wes Anderson, 62) The Matrix Ressurections –
Lana Wachowski, 61) Procession – Robert Greene, 60) Le Mystère Henri Pick, 59) Her
Socialist Smile – John Gianvito, 58) Bonne Mère – Hafsia Herzi, 57) Subterrânea
– Pedro Urano, 56) Smiley Face Killers – Tim Hunter, 55) The Cleansing Hour –
Damien LeVeck, 54) The Night House – David Bruckner, 53) The Card Counter –
Paul Schrader, 52) The Half of It – Alice Wu, 51) Ahed’s Knee – Nadav Lapid
50 Filmes Favoritos:
50) El Planeta – Amalia Ulman
Em uma economia de especulações de um mundo que perde progressivamente seu valor concreto na abstração da multimídia, quanto vale um corpo? Ou melhor: quanto vale a sua imagem? O longa de estreia da Amalia Ulman é uma comédia pitoresca onde a impressão do mundo é mais importante que ele próprio. O humor gentrificado nova-iorquino só intensifica a experiência desesperadora dos tempos esvaziadores que atravessamos, e a balança entre o mundo físico e o virtual é muito sentida através da simplicidade formal e do olhar atento para arquitetura da jovem diretora, tornando o mundo e a ideia dele duas coisas radicalmente opostas.
49) Tromperie – Arnaud Desplechin
Adaptação do livro homônimo do Philip Roth, que sacrifica parte do humor descontroladamente excitado do autor em prol de uma intelectualização da ideia de desejo e narcisimo do seu personagem principal. Desplechin sistematiza uma estrutura sexual e metafísica onde as palavras e a maneira como estas são articuladas pelo corpo no espaço onde ele se encontra definem o grau de atração entre duas pessoas.
48) Resident
Evil: Welcome to Raccoon City – Johannes Roberts
Exercício carpenteriano totalmente descontrolado e com delírios formais maravilhosos. É definitivamente um filme desalinhado e descocentrado, mas os seus prazeres dispersos e o tom deslocado compensam a utilização sem filtro da iconografia da série e o péssimo roteiro.
47) Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar –
Marcelo Gomes
Não é um documentário perfeito, tendo que o trabalho nostálgico do diretor com a cidade é muito pessoal e distrai um pouco o filme da energia dos seus verdadeiros personagens. Mas a proposta, que parece ter saído de uma distopia social de ficção científica, é totalmente alucinante e o filme foi progressivamente me soando mais desesperador quanto mais eu fui refletindo sobre ele.
46) Les Amours
d’Anaïs – Charline Bourgeois-Tacquet
Uma ode deslumbrada ao corpo da Anaïs Demoustier, e eu consigo pensar em poucas razões mais nobres para se fazer um filme.
45) Monster
Hunter – Paul W. S. Anderson
Anderson sempre teve um olhar extremamente criativo e formalmente refrescante para espaço e arquitetura, e o material aqui é previsivelmente engenhoso e divertido. A montagem segue a mesma lógica do Resident Evil: The Final Chapter com um recorte de espaço colossal e uma cinética atordoante, e a proposta deixa bem clara a intenção do diretor em só se divertir com seus monstros e seu humor bobo, como no jogo homônimo.
44) Le Sommet des
Dieux – Patrick Imbert
Belíssimo filme sobre uma paixão incondicional por alpinismo. A atenção e paciência do Imbert nas cenas em que os personagens estão em perigo são incríveis e os momentos de silêncio espiritual são realmente sublimes, mas a maior qualidade do filme é a de conseguir efetivamente construir esse universo onde o alpinismo não apenas é a raison d'être dos personagens, mas também o centro gravitacional do mundo no qual eles vivem.
43) Verdens
Verste Menneske – Joachim Trier
Sendo um filme bem concentrado na personagem interpretada pela Reinsve, a proximidade aos desejos, pulsões e dúvidas dela estruturam todos os caminhos narrativos e escolhas dramatúrgicas do filme. A maior beleza aqui é a honestidade frente aos sentimentos e escolhas da vida dela, e como esses sentimentos a guiam pelo filme muio mais que a razão ou a lógica narrativa da obra.
42) Adieu Les
Cons – Albert Dupontel
Comédia dos nerds românticos rejeitados. O reencontro do velho com Alzheimer com sua esposa e a cena em que a mãe ajuda o filho tímido a se declarar para a pretendente os prendendo juntos em um elevador são de uma sensibilidade bem simples mas também bastante tocante. Um filme pequeno mas com um coração, e isso para mim é o maior elogio que se pode fazer a um filme atualmente.
41) La Llorona – Jayro Bustamante
Fantasmas do genocídio. Filme profundamente sul americano que retrata a política do século XX no continente como um pesadelo impossível de acordarmos ou esquecermos. A terra molhada de sangue lembra.
40) Madres Paralelas – Pedro Almodóvar
Lidando com um passado doloroso para ter a possibilidade de um futuro digno. Meu Almodóvar favorito em muito tempo, e provavelmente o filme mais profundamente humano do diretor. Se La Llorona é um filme que confronta diretamente o lado mais sombrio da política sul americana no século XX, este o faz com a história da Espanha no mesmo período. A abordagem estruturalista do astuto drama individual da personagem da Penélope Cruz com relação aos traumas da ditadura franquista no país é de um impacto dramático inegável.
39) The
Empty Man – David Prior
Transcendência por implosão. Exercício de horror com uma modulação de tensão angustiante e robustez formal inteligente. Sobre mitos e lendas urbanas, o mundo é posto em dúvida até a máxima cartesiana ser posta em cheque. Absolutamente tudo se reduz a narrativa e fé.
38)
Careless Crime – Shahram Mokri
Cinefilia em combustão. Um espetacular retrato da história política e cultural de um país através da história do seu cinema.
37) Malignant – James Wan
Wan totalmente fora de controle num exercício de gênero profundamente estilizado. Os excessos oitentistas do diretor aqui são deliciosamente sem vergonha. A cena do vídeo da personagem principal jovem com seu irmão no fim é de uma espirituosidade inesperada e de um delírio tão descomedido quanto o filme em si.
36) One Shot – James Nunn
Nunn encontrando soluções criativas com Adkins em um intrigante conflito político. Meu videogame favorito do ano.
35) A Metamorfose dos Pássaros – Catarina Vasconcelos
Recuperando tempo através de linguagem, à procura da vida escondida em todas as coisas. A poesia é belíssima e as lacunas entre os personagens, sejam elas espaciais ou temporais, dão ao filme uma sustentação bem frágil e preciosa.
34)
Compartment No. 6 – Juho Kuosmanen
Declarações de amor através de constrangimentos e falta de jeito. Filme de uma humanidade bem inesperada e singular, bem engraçado e comovente. Haista vittu.
33) Murder
Death Koreatown – Anônimo
Desemprego e mal estar social enveredando numa investigação paranormal conspiratória digna do pesadelo de um personagem do Pynchon. Uma das raras ocasiões onde a total imperícia formal do filme reforça a imersão do espectador na sua proposta delirante. A paranóia aqui é palpável e o desespero é bem efetivo.
32) The
Rescue – Dante Lam
Ótimo blockbuster chinês de exorbitância patriótica. A ação em grande escala e os excessos melodramáticos são bem impactantes, e eu definitivamente curti mais do que devia o material com as crianças.
31) Wife of a Spy – Kiyoshi Kurosawa
Coisas perdidas nas ambiguidades da guerra. Kurosawa tentando a mão em um melodrama paciente e tenso. É impressionante como ele consegue propor ideias de horror independente do gênero no qual ele está operando.
30) Love
and Monsters – Michael Matthews
Comédia adolescente emocionada. O design das criaturas é fascinante, a ação é variada e a força dramática está entre as mais enternecedoras do ano. O cachorro é maravilhoso, o O'Brien está ótimo no papel principal e a atenção do filme para elementos como um vestido vermelho, um batom esquecido, um amuleto da sorte dado por alguém amado ou um último abraço em um robô no seu leito de morte é de uma beleza bem singela. O filme realmente consegue manifestar de maneira bem marcante o peso e saudade de uma morte, a despeito do tom bem relaxado e humorístico do filme. O corpo sempre lembra.
29) Benedetta
– Paul Verhoeven
Os caminhos divinos são misteriosos. A condução direta, sincera do Verhoeven balanceia muito bem o ponto de inflexão entre materialismo e espiritualidade sobre o qual o filme se estrutura.
28) Old –
M. Night Shyamalan
Da fragilidade do corpo sob a erosão do tempo. Sobre o medo de não conseguir viver até escutá-la mais velha cantando.
27) Train
Again – Peter Tscherkassky
Dos exercícios experimentais mais excitantes e hipnotizantes do ano. Como de praxe, a exploração do Tscherkassky dentro de um imaginário cinéfilo é muito frutífera e as imagens assombram por muito mais tempo que elas duram.
26) We’re
All Going to the World’s Fair – Jane Schoenbrun
A internet como único veículo de auto afirmação para o antissocial. O material extremamente pessoal é desolador sendo que a depressão, a solidão e a loucura são bem sentidas, mas além disso o filme é também um excelente exercício de gênero, com propostas e ideias de horror bem criativas para cada uma das suas sequências. Torturando o espírito até ele se dissolver totalmente no virtual.
25) Capitu e o Capítulo – Julio Bressane
Bressane reimaginando a prosa machadiana com luz e sombra. O diretor continua sendo provavelmente o mais criativo do mundo para propor novas maneiras de se encenar uma sequência entre dois atores e um texto.
24) Atarrabi
& Mikelats – Eugène Green
Green nos convidando para um mundo de mitologia. Ética, espiritualidade, fé e morte são temas que sempre me instigam bastante e os ocasionais momentos de graça são sublimes.
23) Crazy Samurai Musashi – Yuji Shimomura
O exercício mais radical do ano. De uma violência inexprimível. Sempre à beira da exaustão, sempre movendo em frente, enquanto a pilha de corpos continua crescendo.
22) Onoda, 10 000
nuits dans la jungle – Arthur Harari
Tentando encontrar um valor inexistente nos sacrifícios feitos em nome de um ideário fascista. As interpretações são impressionantes e a insanidade da proposta vai se intensificando a cada movimento dramático. As elipses violentas fazem o filme soar consideravelmente mais curto que ele efetivamente é.
21) Raging
Fire – Benny Chan
A despedida de um mestre do cinema de ação.
20) Annette
– Leos Carax
Cantando trenodias de amor e violência. Uma operetta disforme, inteligentemente adornada e profundamente torturada. Os estilhaços do filme são bem dolorosos e a entrega desmesurada do Carax é sempre convulsiva.
19) What Do
We See When We Look at the Sky – Alexandre Koberidze
O céu como reflexo da terra. Filme profundamente generoso, apaixonado pelo mundo e pelas possibilidades narrativas de explorá-lo. Sobre como nossos gestos e os espaços que habitamos nos conectam numa mesma rede de sentimentos e memórias.
18) Barb
& Star Go to Vista Del Mar – Josh Greenbaum
Eu poderia tecer uma dezena de elogios a esse filme maravilhoso, mas vou me contentar em apontar o quão lindo e espirituoso é ver a personagem da Wiig se chamando de desprezível, nojenta e se sentindo alguém impossível de ser amada encontrando o amor com um galã uns vinte anos mais jovem que ela. Todo mundo é tão ingênuo que só se canta, dança, transa, ama e perdoa. Muito próximo do meu ideal de vida.
17) Hold Me
Back – Akiko Ohku
Aprendendo a acalmar a crise de ansiedade com o som da água. O filme é lindíssimo, e o dispositivo esquizofrênico do Ohku aponta pra tudo quanto é lado, assim como a história da jovem Mitsuko tentando encontrar o caminho certo para construir sua vida.
16) The
Velvet Underground – Todd Haynes
Reconstruindo a história do maior álbum da história da música e fazendo um breve panorama da vida de cada um dos envolvidos nos anos que seguiram. Os depoimentos são excelentes e a montagem do Haynes é espetacular, mas o grande trunfo aqui é a utilização de música e a mixagem de som no filme, que são realmente de outro mundo.
15) Memoria
– Apichatpong Weerasethakul
A Colômbia como território propício para um surto de metempsicose mergulhado nos sons do mundo. Weerasethakul reimagina o clássico do Tourneur 'I Walked With a Zombie' como um thriller de arte tenso e sufocante. O olhar para arquitetura dele é bem elegante e as locações são incríveis. Os minutos finais são especialmente impactantes.
14) West Side Story – Steven Spielberg
Instantes que duram para sempre, porque a eternidade sempre dura muito pouco. Um exercício de mise en scène maravilhosamente bem encenado, cheio de recursos e ideias revigorantes que tornam o impacto dramático do filme bem forte e vívido. Se não fosse pelos 30 minutos finais estaria ainda mais alto na lista e seria meu Spielberg favorito com larga vantagem.
13) Diários de Otsoga – Miguel Gomes, Maureen Fazendeiro
Liberdade na quarentena. Um filme que me fez sorrir bastante.
12) Das
Mädchen und die Spinne – Ramon Zürcher, Silvan Zürcher
Coisas que nos conectam, os meios de transmissão dos nossos sentimentos. A mão lúdica dos Zürcher pode até ser meio acadêmica e excessivamente controlada, mas eu definitivamente não vi um teatro de brincadeiras formais mais bonito e engenhoso esse ano.
11) France – Bruno Dumont
Todas as possibilidades de um rosto. A Léa Seydoux entrega a interpretação do ano, ajudada pela concentração e arrebatamento na condução do Dumont.
10) Zeros and Ones – Abel Ferrara
Ferrara e Price Williams explorando texturas de amor e desespero numa Roma assombrada. A trama é virtualmente indecifrável, mas a violência e a beleza do filme são destilados de qualquer forma.
9) Introduction
– Hong Sang-Soo
Interpretações e sentimentos. Ter frio é um elemento dramático como qualquer outro.
8) Cityscape
– Michael Snow
A realidade e irrealidade da cidade.
7) Wheel of
Fortune and Fantasy – Ryusuke Hamaguchi
Desejos da carne e contradições da alma. Exercício rohmeriano trifurcado bem elegante e loquaz. Tem uma ponta sardônica que dá muita energia para a rede de desejos e sentimentos dos personagens.
6) From
Bakersfield to Mojave – James Benning
Benning inspirado nos dá pérolas como essa. O jogo entre silêncio e som aqui é tão extraordinário quanto a exploração visual.
5)
Labyrinth of Cinema – Nobuhiko Obayashi
"O meu amor por ela agora faz parte da História". Histoire(s) du Cinéma do Obayashi. A despedida de um mestre, um filme errático e convulsivo que parece conter toda a beleza e tristeza do mundo.
4) Drive My Car – Ryusuke Hamaguchi
Palavras como rodas. Um filme com a esperança que a linguagem vai botar o mundo em movimento para além do nosso sofrimento. Esse filme me faz pensar muito em uma sueca cujo nome esqueci que conheci em Hiroshima. Era raro encontrar alguém que falasse inglês no Japão, então conversamos muito, e me lembro que ela sorria com muita freqüência. Só ficamos em silêncio durante nossa visita ao museu, um lugar profundamente lúgubre que parece atormentado por inércia, e eu segui meu caminho sem dizer adeus a ela apropriadamente. Gostaria de ter resistido, e de ter ficado o resto da tarde com ela. O silêncio tem essa força de reproduzir a mesma fita repetidamente, tornando difícil avançar, por isso é preciso resistir, falar e atuar e viver. Espero que ela esteja sorrindo, onde quer que ela esteja.
3) Cry
Macho – Clint Eastwood
Um ovni de generosidade e beleza inefáveis. Exercício totalmente anti-dramatúrgico, mais preocupado com a possibilidade de tirar uma soneca e acordar com o canto de um galo no meio do filme do que na história que se conta em si. Um filme que não quer chegar em lugar nenhum porque ele sempre está onde deve estar, totalmente dedicado à fenomenologia do instante, não se preocupando com nada além do presente. Vivendo e sentindo coisas no nosso alcance, tentando ser um pouco melhor a cada dia: mesmo no crepúsculo da vida, aprendendo a não saber, aprendendo a se apoiar em um mundo maior que você mesmo.
2) In Front
of Your Face – Hong Sang-Soo
Um gosto do sublime nas irregularidades da imagem, ou na dissonância de uma melodia de violão. Aprendendo a dizer as coisas diretamente, afinal elas estão logo à nossa frente. Um filme feito por alguém que encontrou a paz, tocado pela graça, no seu estado mais puro.
1) Limbo –
Soi Cheang
Quando a chuva não é capaz de limpar nada. O cartão postal de Hong Kong mais violento e impiedoso possível, uma obra prima afogada em lixo. O filme é alicerçado em uma relação com o trauma bem única e agressiva. O olhar do Cheang para espaços abandonados é de uma inteligência e inspiração incomparáveis.
100 Álbuns Favoritos:
1) black
midi – Cavalcade
2) Floating
Points / Pharoah Sanders / The London Symphony Orchestra – Promises
3) Black
Country, New Road – For the First Time
4) Fievel
is Glauque – God’s Trashmen Sent to the Right Mess
5) Squid –
Bright Green Field
6) Parannoul
– To See the Next Part of the Dream
7) Mdou Moctar –
Afrique Victime
8) FBC – BAILE
9) Yukika –
timeabout,
10) La Nòvia – Le
soleil ni même la lune
11) Lil
Ugly Mane – Volcanic Bird Enemy and the Voice Concerned
12) Sloppy
Jane – Madison
13) William
Doyle – Great Spans of Muddy Time
14) Índio da Cuíca – Malandro 5 Estrelas
15) Daniel Bachman - Axacan
16) Richard
Dawson & Circle – Henki
17) João Gomes – Eu Tenho a Senha
18) Little
Simz – Sometimes I Might Be Introvert
19) Nick Cave
& Warren Ellis – Carnage
20) L’Rain –
Fatigue
21) slowthai
– TYRON
22) Blu –
The Color Blu(e)
23) Liars –
The Apple Drop
24) DJ
Manny – Signals in my Head
25) Juçara Marçal – Delta Estácio Blues
26) Viagra Boys – Welfare Jazz
27) The Bug
– Fire
28) Snail
Mail – Valentine
29) Jane
Weaver – Flock
30)
Panopticon - … And Again Into the Light
31) Kanye West – Donda
32) Iceage
– Seek Shelter
33) Tyler,
the Creator – Call Me If You Get Lost
34) Black
Dresses - Forever in Your Heart
35) aespa –
Savage
36) Yu Su –
Yellow River Blue
37) Armand
Hammer & The Alchemist - Haram
38) The
Weather Station – Ignorance
39) Spellling
– The Turning Wheel
40)
Japanese Breakfast – Jubilee
41) Tasha
& Tracie – Diretoria
42) Really
From – Really From
43) Jana
Rush – Painful Enlightenment
44) Moor
Mother – Black Encyclopedia of the Air
45) Arca –
Kick iii
46) Injury
Reserve – By the Time I Get to Phoenix
47) Billie
Eilish – Happier Than Ever
48)
JPEGMAFIA – LP!
49) Godspeed
You! Black Emperor – G_D’S PEE AT STATE’S END!
50)
Bacxwash – I LIE HERE BURIED WITH MY RINGS AND MY DRESSES
51) Jadsa – Olho de Vidro
52) Wiki – Half God
53) Nas –
King’s Disease II
54) Meridian Brothers / Conjunto Media Luna - Paz en la Tierra
55) Tuyo – Chegamos Sozinhos em Casa
56) Jazmine Sullivan – Heaux Tales
57) Romulo Froés – Aquele Nenhum
58) Parannoul
– Let’s Walk on the Path of a Blue Cat
59) Converge
& Chelsea Wolfe – Bloodmoon: I
60) CLAIR –
Earth Mothers
61) Genesis
Owusu – Smiling with No Teeth5
62) Sufjan
Stevens & Angelo De Augustine – A Beginner’s Mind
63) Circuit
des Yeux - -io
64)
illuminati hotties – Let Me Do One More
65) Arca – Kick ii
66) Grouper
– Shade
67) Weezer
– OK Human
68) Dean
Blunt – Black Metal 2
69)
Cassandra Jenkins – An Overview on Phenomenal Nature
70) Kayo
Dot – Moss Grew on the Swords and Plowshares Alike
71) Cães de Prata
– Nocaute
72) Aesop Rock
& Blockhead - Garbology
73) Don L – Roteiro pra Aïnouz (Vol. 2)
74) Porter
Robinson – Nurture
75) Genevieve
Murphy – I Don’t Want to be an Individual on my Own
76) Lingua
Ignota – SINNER GET READY
77) Badsista
– Gueto Elegance
78) St.
Vincent – Daddy’s Home
79) Linn da Quebrada – Trava Línguas
80) Lady Gaga – Dawn Of Chromatica
81) Turnstile
– GLOW ON
82) Yola –
Stand for Myself
83) Amaro Freitas - Sankofa
84) Sleaford Mods – Spare Ribs
85) Magdalena Bay – Mercurial World
86) Natalia Lafourcade – Un Canto por México, Vol. II
87) Rico Dalasam - Dolores Dala Guardião do Alívio
88) Red
Velvet – Queendom
89) Deerhoof
- Actually, You Can
90) Wolves in
the Throne Room – Primordial Arcana
91) Laura Stevenson – Laura Stevenson
92) aya – i’m hole
93) Marina Sena – De Primeira
94) Colleen
– The Tunnel and the Clearing
95) Silk
Sonic – An Evening with Silk Sonic
96) Newfound
Interest in Connecticut – Tell Me About the Long Dark Path Home
97) Loraine
James – Reflection
98) Divide
and Dissolve – Gas Lit
99) Tirzah
- Colourgrade
100) Pauline
Anna Strom – Angel Tears in Sunlight
Livros Lidos:
Le Jeu de l’Amour
et du Hasard – Pierre de Marivaux
La Double
Inconstance - Pierre de Marivaux
Le Discours –
Fabrice Caro
Un Balcon en
Forêt – Julien Gracq
Anatomy of
Story – John Truby
Le Dernier
Jour d’un Condamné – Victor Hugo
The Numbers
– Victor Pelevin
Los
Detectives Salvajes – Roberto Bolaño
A Game of
Chess and Other Stories – Stephan Zweig
Les Âmes
Fortes – Jean Giono
The Man in
The High Castle – Philip K. Dick
Kafka on
the Shore – Haruki Murakami
Norwegian Wood
– Haruki Murakami
Austerlitz
- W. G. Sebald
Slaughterhouse
5 – Kurt Vonnegut
Siddhartha
– Herman Hesse
The Dead
Zone - Stephen King
L’écume des
Jours – Boris Vian
Crônica do Pássaro de Corda – Haruki Murakami